segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Esse aí são fragmentos captados do cotidiano em grupo, das relações humanas estabelecidas aqui no Lumo Coletivo. Surpresas e lições despejadas despachadas, talvez tema para aquelas discussões onde a conclusão final é o que menos importa.

Arte é se encontrar

Como prerrogativa inicial desses clarões, visto-me, entre outras, da teoria dos complexos (redes, organismos).

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A opção voluntária de se relacionar pressupõe questões, intrínsecas a sua manifestação, que nem sempre são devidamente observadas. Afinal, estar atento aos pentelhos que caem num banheiro de uso coletivo é estar, inclusive, analisando os critérios de quem, por direito (qualquer um que se estabeleça), deverá recolher os pentelhos alheios.

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Imaginem por um momento

que um objetivo fosse o centro de uma circunferência

onde pessoas (desarmadas, de preferência)

mirassem esse epicentro.

Engraçadas as conseqüências matemáticas dessa relação:

Quanto mais cabeças em roda

mais distantes umas das outras

e mais distantes cada um

um por um

do fim comum.

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Quem não se comunica, se trumbica

se não foi pelo menos sincero.

Sinceridade, aferência pessoal consigo mesmo, com o que se mira....o que se quer, afinal?

Sinceridade, sempre a paulada enigmática.

Seja qual for a real manifestação do livre, do ser liberto (libertário ou não), ainda continua sendo arte se encontrar

Não se termina o vivido

Abandona-se

domingo, 2 de novembro de 2008

Especiarias

Não manejei cuidar de mim
nem de meu jardim
das minhas três pimenteiras

Jimi secou
Rita morreu
e a que plantei no peito
essa nunca que ardeu

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Certo dia, Carlos, estava sentado no chão da minha varanda, lugar que particularmente aprecio bastante em meu pequeno apartamento justamente pela fuga que me proporciona, fuga da cidade, de mim. Sentado regando as minhas plantas, imerso em meu "monólogo com elas". Esse texto nasceu aí, veio poema feito, pronto. Só ajustei depois uma ou duas palavras pra melhorar o ritmo e exponencializar a simplicidade dele.

Há quem diga que as plantas não falam. De fato, não precisam falar.